Vou para Penedo amanhã. Só de pensar fico mais relaxado.
Tá certo, o lugar não é mais o mesmo, não fica mais tão ermo; não faz mais tanto frio, porém ainda há algum brilho; aumentam os buracos nas ruas, um tanto sujas com tanta lama.
A lama, porém, é maior na prefeitura de Itatiaia (Penedo é um bairro); o prefeito passado era famoso pela absoluta falta de trabalho e distribuição de "talco"... e reelegeram o cara... e elegeram, ano passado, o cara que colocou o dito cujo lá...
Anseio por chegar a Penedo.
A falta de água, os mosquitos... isso é o de menos. Quero ficar longe do barulho do Rio; onde moro a acústica é terrível; moro no 12º andar e ouço os peões da Estácio - que é ao lado - chegarem às 5:30h e saírem às 23:30h. Dormir cedo e acordar tarde? Complicado. Quero ficar longe do trânsito. Quero não sentir esse calor daqui - que amenizou hoje, mas ainda tá longe do ideal. Estava com saudade do frio de Lages(SC), onde morei durante um ano; acessei o site do climatempo só para ver como estava por lá; previsão de 0° a 12°; a saudade aumentou...
Estou com pressa de chegar a Penedo.
Rever pessoas que se descontaminaram do stress dos grandes centros e outras que jamais se contaminaram. Conversar sobre qualquer coisa enquanto tomo um café, sem pressa, apenas aproveitar o momento.
Rever os pássaros que andam todo dia pela varanda de casa em busca das migalhas e frutas que deixo para eles - tico-ticos, sabiás, pardais, sanhaços, cambaxirras, camabacicas, bem-te-vis e outros que não sei o nome -, observar o vôo das andorinhas, dos andorinhões, das corujas e dos gaviões (ainda não consegui descobrir de qual espécie exatamente se trata).
Reencontrar algum equilíbrio e harmonia mental; ler alguns bons livros; colher o que comer; pagar $6,00 no fim-de-semana para assistir algo no cinema de Resende; respirar ar puro; caminhar pelo mato; ir a alguma cachoeira...
Tudo muito prosaico, bucólico, telúrico. O que interessa é que amanhã estarei em Penedo.
22 maio 2005
17 maio 2005
Todas as coisas são sagradas
Trecho extraído de uma carta do autor do livro La pipa Sagrada, Joseph Epes Brown (tradução livre de Hélio Mattos)
Aqueles que contemplam a tradição dos peles vermelhas de maneira distanciada ou com uma mentalidade "culta", têm dificuldade de compreender a importância que eles dão para os animais e todas as coisas que estão no Universo. Para os índios todo objeto criado resulta importante pela simples razão de que são conhecedores da correspondência metafísica entre esse mundo e o "mundo real". Nenhum objeto é para eles o que parece ser conforme sua mera aparência, pois vêem no aparente o reflexo de uma realidade primeira.
Por isso, toda coisa é sagrada e possui um poder conforme o grau da realidade espiritual que projeta; assim, todos os objetos possuem um poder, tanto para o mal como para o bem e devem ser tratados com respeito, pois o poder "particular"que está nele contido pode ser transferido para o homem; o índio se humilha perante a criação inteira, sobretudo quando implora (quer dizer, quando invoca ritualmente o Grande Espírito, em solidão), pois todas as coisas visíveis foram criadas antes dele e sendo assim, são seus irmãos "mais velhos" e por isso, merecem respeito; mas o homem, mesmo que tenha sido criado por último, é, sem dúvida, o primeiro dos seres, pois somente ele pode conhecer o Grande Espírito.
Aqueles que contemplam a tradição dos peles vermelhas de maneira distanciada ou com uma mentalidade "culta", têm dificuldade de compreender a importância que eles dão para os animais e todas as coisas que estão no Universo. Para os índios todo objeto criado resulta importante pela simples razão de que são conhecedores da correspondência metafísica entre esse mundo e o "mundo real". Nenhum objeto é para eles o que parece ser conforme sua mera aparência, pois vêem no aparente o reflexo de uma realidade primeira.
Por isso, toda coisa é sagrada e possui um poder conforme o grau da realidade espiritual que projeta; assim, todos os objetos possuem um poder, tanto para o mal como para o bem e devem ser tratados com respeito, pois o poder "particular"que está nele contido pode ser transferido para o homem; o índio se humilha perante a criação inteira, sobretudo quando implora (quer dizer, quando invoca ritualmente o Grande Espírito, em solidão), pois todas as coisas visíveis foram criadas antes dele e sendo assim, são seus irmãos "mais velhos" e por isso, merecem respeito; mas o homem, mesmo que tenha sido criado por último, é, sem dúvida, o primeiro dos seres, pois somente ele pode conhecer o Grande Espírito.
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