10 dezembro 2006

Limpeza

Foi-me dito hoje que uma nova onda de limpeza, de purificação, está em processo. Explico: muitos dos mais empedernidos membros do lado negro da força estão sendo exilados. À força. Sem choro nem vela. Sem mais-mais-mais.

No que abro o "grobo" online, dou de cara com o seguinte:

Pinochet

Como ainda há muitos destes siths / lizzies - ou qualquer outro nome pra designar o pessoal do lado negro -, eles farão de tudo para se prenderem aqui, o que, na prática, resulta em uma maior atuação deles contra nós, já que o que eles mais almejam é ver todo mundo tão mal/mau quanto eles. Entonces, o negócio é fazer o possível para nos mantermos o mais positivos possível.

20 novembro 2006

Techies - parte I

Trecho de uma coluna de Thomas L. Friedman (publicada n'o globo, caderno InfoEtc, 20.11.2006)

"(...)
Há um mês eu estava em São Francisco e saí para dar uma volta. Estava num cruzamento esperando para atravessar a rua quando um homem fazendo cooper e usando um iPod parou a meu lado. Assim que o sinal ficou verde, ele correu para a faixa de pedestres. Uma mulher num carro, tentando aproveitar o sinal amarelo, quase o atropelou, pisando nos freios a tempo. A mulher ao volante segurava um celular em sua orelha direita e dirigia com a mão esquerda.
Pensei com meus botões: acabei de testemunhar a primeira notícia local pós-moderna.
E bolei um lead em minha cabeça: “Mulher dirigindo carro enquanto falava no celular atropela homem fazendo cooper que atravessava a rua enquanto ouvia seu iPod.
(...)
Algumas semanas atrás, tentei achar um amigo em Jerusalém. Liguei para seu celular várias vezes, mas não obtive resposta. No fim, achei meu amigo em casa e lhe perguntei: — O que há de errado com seu celular? — Ele foi roubado há uns meses — respondeu meu amigo, acrescentando que decidira não substituí-lo, porque vivia atrapalhando sua concentração. — Desde então, a primeira coisa que faço todas as manhãs é agradecer ao ladrão e lhe desejar uma vida longa.
(...)"

29 outubro 2006

usa & abusa - parte I

Desta vez espero passar da parte I - ao menos, já separei algum material para isso. Colocarei algumas matéria e entrevistas sobre democracia e EUA.
Abaixo segue um pequeno trecho da entrevista que a revista trip, edição nº 149, fez com os Beastie Boys.

TRIP: Vocês democratizam o trabalho, imagino sua resposta, mas acha que vivemos numa época democrática?
Mike: Supostamente. Interessante que estava falando com um amigo que voltou há pouco da China sobre a economia deles e como Xangai é grande. E eu disse: “Parece legal, é basicamente capitalismo, mas não é estranho que não tenham democracia?”. E ele respondeu: “E qual a diferença para o que temos aqui nos EUA?”. É um pouco verdade. Temos capitalismo, então temos liberdade dessa maneira. Mas temos um governo que representa os interesses das grandes corporações e das pessoas mais ricas, não o que o povo quer ou pensa. E temos uma ilusão de que a China é uma tirania e que lá é diferente.

02 outubro 2006

Esqueci...

... das eleições. Era para ter mandado este texto por e-mail, mas, agora, já era. 

Pelé é o maior patrimônio vivo do Brasil. Talvez em toda a historia brasileira ninguém tenha conseguido demonstrar de forma mais universal o gênio nacional. Por isso, choca ouvir o símbolo de nosso êxito afirmar que tem vergonha do seu país. Ao dizer isso, ele mostrou o sentimento de envergonhada indignação diante da pobreza, da violência, da corrupção na vida brasileira, especialmente entre os políticos e os que conduzem os destinos do pais. Maior ainda é a vergonha de perceber que Pelé, envergonhado como está com os destinos do Brasil, provavelmente votará, outra vez, escolhendo os mesmos que fazem o Brasil que o envergonha. Porque a elite brasileira prefere viver na vergonha a arriscar a perda dos seus privilégios.

Não é apenas ele. Em um de seus programas recentes, a grande apresentadora Hebe Camargo disse que, se fosse colocar os nomes dos corruptos um sobre o outro, a altura do auditório do SBT não seria suficiente.Ela falava lembrando o caso especifico de São Paulo, onde sempre votou nos que agora a envergonham. E aos quais certamente vai preferir, para não votar em nomes que representem um novo do qual ela tem medo.

A elite brasileira está descontente com o Brasil, mas nas eleições prefere que ele continue como está, a mudar ameaçando qualquer dos seus interesses e privilégios.

Quando a elite brasileira declarou a independência, preferiu manter um imperador, filho do rei da metrópole, para não correr o risco de um presidencialismo que poderia escolher algum plebeu, "antes que algum aventureiro lançasse mão". Quando libertou os escravos, não lhes deu terras, nem lhes permitiu freqüentar escolas, com medo de um Brasil onde os negros tivessem força. Proclamou uma republica, dizendo "façamos a revolução, antes que o povo a faça". Não deixou que ela fosse construída por meio da educação universal e de qualidade dos filhos do povo. Fez uma república aristocrática, com doutores e excelências no lugar dos condes e barões. Fez um desenvolvimento sem distribuir o resultado. E cada vez que alguma liderança propunha mudança de rumo, a elite envergonhada com a pobreza ao redor não tinha vergonha de dar um golpe militar para que a pobreza não fosse eliminada às custas de qualquer dos seus privilégios.

Em 1989, ofereceu-se a possibilidade de arriscar um presidente com proposta alternativa, mas a elite preferiu não arriscar. Não aceitou o risco de eleger um operário que nenhuma culpa tinha com o passado que envergonha. Preferiu um dos seus, apesar do passado de envolvimento nas vergonhas nacionais. Arrependeu-se envergonhada, mas quatro anos depois repetiu o voto nos mesmos partidos e políticos, ao redor de Fernando Henrique Cardoso, que há décadas constróem a vergonha que ela diz sentir.

Eles mudaram o nome do candidato, para nada mais mudar. Agora, como Pelé, a elite manifesta indignação, vergonha, mas certamente vai repetir o voto. Votará naqueles de quem diz ter vergonha. Isso até poderia ser justificado, se as opções em vista representassem revoluções radicais. Mas todas são moderadas. Propõe-se construir um pais decente, com uma democracia republicana, que respeite o povo, onde os direitos a justiça, a segurança e a uma parte digna do produto nacional sejam assegurados a todos. Um país com escola para todas as crianças, sistema de saúde assegurado a todas as famílias, todo adulto com direito a um emprego.

Isso exige mudança de postura, inversão nas prioridades, eliminação de privilégios cada dia mais difíceis de manter. Em troca, oferece o orgulho de viver em um pais decente. Todos querem isso. Mas Pelé e o resto da elite não vão correr qualquer risco. Vão votar em um deles, que não represente mudanças. E daqui a anos voltarão a dizer que sentem vergonha.

Sinto um profundo orgulho de meu país, de um povo que é capaz de suportar tanto sofrimento, sem desesperar, de um país que tem um Pelé; mas sinto vergonha da vergonha que a elite diz sentir, e até sente, preferindo nela continuar, por medo de perder qualquer um de seus privilégios. Sinto vergonha de quem sente vergonha mas nada faz para eliminar as causas de sua vergonha.

Cristovam Buarque (http://www.almacarioca.com.br/cro67.htm)

12 setembro 2006

Alonso sobre a aposentadoria de Schumacher

Reuters
"Zidane se aposentou com mais glória que Schumacher. Michael é o piloto mais antidesportivo e com o maior número de punições na história da Fórmula 1. Isso não muda o fato de que ele tem sido o melhor e que tem sido uma honra e um prazer disputar com ele. Todo mundo tem o seu tempo, e você tem que respeitar a decisão deles. As coisas serão mais iguais agora - disse disse Alonso à 'Radio Marca', segundo o jornal esportivo 'Marca' desta terça-feira."

25 agosto 2006

Novos Oráculos

Trechos do livro de Trigueririnho 

» Um instrutor perguntou ao seu discípulo: "Quantas retas podes traçar tomando como base um ponto?" e o discípulo respondeu-lhe: "Inúmeras." Prosseguiu, então, o instrutor: "Se fosses guiar-te pela dedução, acharias que, se por um ponto podes traçar inúmeras retas, por dois traçarias muito mais, no entanto, por dois pontos passa somente uma reta, pois há só um caminho para unir duas realidades da maneira mais direta e simples possível."

» Quanto mais se dedicar ao processo de lapidar a consciência, mais nuanças dele lhe serão reveladas; o que em certo estágio não é notado, em fases posteriores é percebido com clareza e profundidade, e ele aprende que o enfrentamento direto de um conflito apenas leva a um maior envolvimento. Deixando que a tendência à disputa e à desarmonia seja suplantada pela brandura, deixando que a sabedoria do amor lhe revele como avançar a um estado de paz, a ajuda lhe será dada, até mesmo ajuda material, pois o destino de todos os homens é não só a serenidade, mas também a abundância. 

» Quando indivíduos ou grupos percebem a necessidade de serem instrumentos de redenção e têm a oportunidade de estar apartados dos pontos onde a brutalidade da vida mundana é normal, devem reconhecê-la como uma dádiva. Não para se considerarem escolhidos e protegidos, mas para que dêem condições de em si fortalecerem as energias capazes de equilibrar uma parte da degeneração geral.

» A verdade, para ser de fato conhecida, deve penetrar a consciência numa profundidade tal que a separação entre elas deixe de existir. Enquanto houver um observador, um buscador, haverá uma dicotomia: o que observa e o que é observado, o que busca e o que é buscado. A verdade, todavia, revela-se em plenitude apenas quando a unidade é alcançada.

» Não se pode penetrar em um nível de consciência superior àquele no qual se está polarizado se não se abre mão dos aspectos pertinentes à este. No nível superior encontra-se aquilo a que se renunciou, porém sob outras vestes, mais evoluídas, que melhor expressam a essência. Um nível de consciência abarca todos os outros que lhe são inferiores, mas não pode incluir os mais avançados.

» Na humanidade em geral, os centros superiores não estavam ativos e o ser, ao deixar-se conduzir por impulsos de densa vibração, ia gradualmente perdendo sua vitalidade sutil e tornando-se mais sujeito à força da gravidade. Essa redução do potencial interno refletia-se em seus pensamentos, desejos e atitudes, que ganhavam características grosseiras. Além disso, trazia-lhe desequilíbrios físicos e psicológicos.

09 agosto 2006

Eleições - parte I

"Não podemos ficar alheios e distraídos. Nem o momento comporta atitudes de indiferença. Não durmamos, pois, que a paz será uma realidade, ela que, agora, não passa de uma promessa."
Albert Camus


"Mudarão as palavras de Ordem. Como será possível dizer 'Liberdade é escravidão', se for abolido o conceito de liberdade? Todo o mecanismo do pensamento será diferente. Com efeito, não haverá pensamento, como hoje o entendemos. Ortodoxia quer dizer não pensar... não precisar pensar. Ortodoxia é não pensar. (...) No futuro, nem um único homem poderá entender estas palavras."
George Orwell, em 1984

10 junho 2006

Queixas

Estava eu pronto para reclamar das coisas quando alguém me enviou isto:

queixas

30 maio 2006

Stalker

Coluna de Arnaldo Bloch, n'O Globo

Filme do mestre russo Andrei Tarkovsky, o protagonista, morador de uma pequena e inóspita aldeia um dia devastada por o que se julga ter sido um meteoro, dedica sua vida a guiar indivíduos infelizes através de uma região pantanosa denominada A Zona (onde teria caído o tal meteoro), perigosa, instável, talvez mágica, talvez ligada a algum abismo cósmico.

Os que conseguem sobreviver, vencer as barreiras e armadilhas, chegam a um local denominado “o quarto”, onde se podem realizar desejos, desde que se tenha o necessário despojamento de espírito.

Mas, a cada vez, o guia (que não tem direito a usufruir do “quarto”) fracassa, pois os visitantes da Zona, mesmo depois de enfrentar o terrível “triturador de carne humana”, terminam por desistir da experiência quando a hora é chegada, negando-se a receber a graça merecida.

Perto do final da fita, a mulher do guia, ao recebê-lo de volta, exausto e infeliz, dirige-se ao público e diz que, apesar da vida de desgraças que teve ao lado dele, não se arrepende.

“É melhor uma felicidade amarga que uma vida apagada”, conclui, brindando o espectador com um daqueles paradoxos que Vinicius, saudades, e Gullar, homem do nosso tempo, cidadão feliz (e desestressado) de Copacabana, adorariam.

E no entanto são tão diferentes, entre si, os poetas.

20 maio 2006

Trilha Sonora I

Hoje resolvi desencavar alguns CDs de mp3. Não sei quanto tempo se passou desde que os escutei...
Johnny Rivers, God Speed You Black Emperor, Ross Daly, Brahms, Stravinsky, Talking Heads.
Muito bom escutá-los de novo.

09 maio 2006

A História Atual

Ou: "Porque não tenho escrito ultimamente"

24 abril 2006

Aniversário

Hoje é meu aniversário cósmico. Não por ser 24 de abril, mas por ser o dia do kin 116.
O símbolo é o que está aí no topo, à direita, esse desenho amarelo com os 2 traços e os 2 pontos. É o símbolo do guerreiro da cooperação. Seu oráculo é:
Defino com o fim de questionar
Universalizando a intrepidez
Selo a saída da inteligência
Com o tom cristal da cooperação
Eu sou guiado pelo poder da elegância.

26 março 2006

Outono nº35

Finalmente!! Já não era sem tempo. Só não soltei fogos porque não os comprei. Depois de meses de calor infernal, suor ininterrupto, etc., o tempo mudou e trouxe... frio? Não, não trouxe frio, mas a temperatura ter ficado abaixo dos 30° já foi um belo começo. Estou até vestindo camisa. Dentro de casa! Qualquer dia desses poderei até vestir calças e uma camisa de manga comprida. Quem sabe até um casaco.

Para coroar este começo de outono - o meu trigésimo-quinto -, o mar estava bonzinho, do jeito que dá pra fazer a cabeça: até 3 pés, pouca gente, sem correnteza, terral meio ladal no canto do recreio - ou seja, sudoeste. E no fim da tarde. Várias camadas de nuvens, o tempo ameaçando limpar. Um espetáculo. Me sinto até rejuvenescido. Thanks God. God, thanks.

10 março 2006

Montanha da Costa Quebrada

Não vi. Não pretendo ver. Não aguento mais ouvir falar sobre. Não sou homófobo. Não sou homólatra (existe isso?).

Essa onda gay já enchia o saco antes. Com o advento de Brokeback Mountain ficou pior. Existe coisa pior do que orgulho - seja gay, seja de raça ou qualquer outra coisa? Não será possível apenas SER e respeitar quem É outra coisa? Porque insistem em convencer uns aos outros que seu ponto de vista é o mais correto? Uns acusam outros de preconceito, mas uns são tão ou mais preconceituosos que outros. Pedem respeito, mas não respeitam. Tanto uns quanto outros. Do discurso vazio de ambos já estou cheio. Calem-se e ocupem-se de algo que realmente importa, então haverá harmonia, mesmo com todas as diferenças. Se não sabem o que realmente importa, uns e outros jamais terão - nem deixarão terceiros ter - paz.

20 fevereiro 2006

Quase 1 mês

Quase 1 mês sem escrever aqui... O calor não diminuiu, meu ânimo não aumentou. Para piorar, morreu um primo, o Jorge. Foi um choque tão grande que nem sei o que dizer/escrever. Então não escrevo/digo nada. Não que não queira. Simplesmente não consigo. Ao menos consigo orar.

Ainda tem o trabalho. Na frente do computador, a estudar, a programar, a testar... Não é sem motivo que fico sem paciência para escrever aqui. Fico tempo demais na frente desta tela.
Acho que vou comprar um monitor novo ;-)

23 janeiro 2006

Rio 40 graus

Muito quente para pensar.
Muito quente para escrever.
Muito calor para sonhar... com a neve.
Muito calor para ser... um esquimó.
Muito tempo ainda levará para o calor ir embora.
Muito tempo com o tempo firme e o sol a queimar.

Não gosto de dizer/escrever odeio, mas, eu realmente odeio o verão no Rio.

14 janeiro 2006

2005 x 2006

2005 não foi de todo ruim. Mas é um ano do qual terei pouquíssimas recordações: quase nada aconteceu comigo. Tudo muito parado, muitas promessas não cumpridas, muitas expectativas frustradas. À minha volta o mundo explodia, desabava, encobria, revelava, assustava, dava esperança, enfim, acontecia. Vi pouca gente, poucos amigos, poucos familiares, fiquei muito trancado - não por vontade própria. Ao menos terminou com um vislumbre de um novo recomeço. De novo e novamente. Redundância proposital que talvez eu explique um dia.

Um amigo lembrou que o ano-novo 2004/2005 começou com chuva. E que 2005/2006 começou com o tempo aberto para, uma ou duas horas depois, fechar. Será que serão seis meses de bons augúrios? E depois? Bem, deixa o depois para quando chegar.

13 janeiro 2006

Diário Musical de Mozart

A Biblioteca Britânica publicou na web a reprodução do diário musical de Mozart.
A instituição digitalizou partes do manuscrito do compositor austríaco e as publicou na internet como parte das comemorações dos 250 anos de seu nascimento. Nela, o internauta pode clicar e ouvir trechos das obras ali presentes.

O site reproduz, em Shockwave, o livro como ele é, permitindo que o internauta "folheie" o manuscrito. Nas páginas à esquerda, é possível ver anotações do compositor sobre o título das obras, quem as financiou, a data em que foram concluídas, quais instrumentos são necessários para sua execução e até o nome dos cantores que a executaram primeiramente, quando era o caso.

Apesar de o diário conter anotações para todos os trabalhos (pelo menos em teoria) de Mozart, a versão online traz apenas 30 páginas e 75 introduções musicais. Entre elas, estão algumas das peças mais conhecidas de Mozart, como "As Bodas de Figaro", "A Flauta Mágica" e "Eine Kleine Nachtmusik". Existem referências a óperas, música para piano, concertos, catatas e cânones.

Paulo Silvestre, do Plantão INFO